
3 perguntas transfóbicas que você precisa cortar do seu dia a dia
A LGBTfobia já é crime no Brasil desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a discriminação em razão da sexualidade e identidade de gênero ao racismo, como já explicamos detalhadamente aqui. Você já fez perguntas transfóbicas ou usou alguma expressão preconceituosa?
Não há justificativa para o preconceito, mas se informar é o primeiro passo para não ter mais falas ou atos discriminatórios. Por isso, separamos três perguntas que pessoas cis normalmente fazem às pessoas trans, travestis e não binárias – e, às vezes, nem imaginam que estão sendo transfóbicas.
Para quem ainda não sabe o que é transfobia, é o preconceito em razão da identidade de gênero. Se você já fez algumas das perguntas abaixo, é hora aprender, para nunca mais repetir. Confira!
Perguntas transfóbicas para nunca mais repetir
“Você já fez alguma cirurgia?”
Existe uma curiosidade coletiva em relação às cirurgias trans. Portanto, essa é uma pergunta transfóbica que quase todas as pessoas trans já ouviram… Pode soar inocente, afinal, não há nada de mais em fazer procedimentos cirúrgicos, mas é extremamente preconceituosa e desnecessária.
Não é porque alguém é transexual, travesti ou não binárie que a sua vida vira um livro aberto, ou seja, pessoas trans não precisam responder sobre o próprio corpo e intimidade. Você – que é cisgênero – anuncia aos quatro cantos as cirurgias que realizou? Então por que acredita que o outro teria essa obrigação?
Além de inconveniente, a pergunta é transfóbica, sim! Não são as cirurgias do processo transexualizador que caracterizam a transexualidade de uma pessoa, mas o fato de não se identificar com o gênero que foi atribuído ao seu nascimento.
Em suma, existem pessoas trans que nunca fizeram (nem pretendem fazer) qualquer tipo de cirurgia. Isso não muda nada. Assim, não seja a pessoa sem noção do rolê e corte esse questionamento dos temas para puxar conversa com alguém trans.
“Qual é o seu nome verdadeiro?”
Essa é outra das perguntas transfóbicas típicas que indivíduos cis fazem para pessoas trans. E, se você ainda não tinha desconfiado, saiba que é bem transfóbica. Primeiramente, o nome de registro de alguém trans não é seu nome verdadeiro, mas sim um nome morto.
Em segundo lugar, o fato de a pessoa trans não ter retificado seu nome não significa que não possui o direito de ser chamada pelo nome social, aquele com o qual se identifica. Por fim, se a pessoa trans não se identifica com o nome de registro, não há qualquer necessidade de você saber qual era.
Afinal, você tem a obrigação de chamá-la pelo nome social ou retificado – ou estará cometendo o crime de transfobia, cabendo processo e indenização. Então, se não quer ser alguém transfóbico, aceite que o nome verdadeiro da pessoa trans é aquele que ela gostaria de ser chamada.
“Você sempre aparentou ser homem/mulher?”
Essa talvez seja a pergunta mais transfóbica de todas e, normalmente, vem associada de um ‘elogio’… “Nossa, nem parece que você é uma pessoa trans, parece um homem/mulher de verdade!”. Vamos combinar uma coisa? Não é porque você é cisgênero que é homem/mulher de verdade. Isso não existe e pensar dessa forma é reproduzir o preconceito enraizado na nossa sociedade.
Até mesmo você, se for homem homossexual cis, por exemplo: quantas vezes ouviu que precisava ser homem de verdade ao longo da sua vida? Pois é. Você não é menos homem só porque é gay e o homem trans também não é menos homem em razão da sua identidade de gênero. Isso também vale para as mulheres trans. Vamos desconstruir?
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Tinha pavor aos seios e mandei retira -los. Tenho horror a gravidez, amamentação e adoro profissões masculinas. Não uso lingeries femininas. Por outro lado, uso roupas de mulher, gosto de acessórios e maquiagem. Só gosto de homem. Sou não binária?
Ei, Ana Lúcia! É complicado responder isso por você, uma vez que nosso reconhecimento de gênero e orientação sexual é muito particular e parte, principalmente, de experiências individuais. Nossa sugestão é: busque vídeos no YouTube, leia mais sobre o tema… Talvez, isso ajude no seu processo de identificação. Se joga! <3
Olá Ana Lúcia, suas atitudes e gostos não definem a sua sexualidade e/ou identidade de género. Você não deve perguntar a terceiros se é não binárie ou qualquer ou identidade ou sexualidade, pois como referi acima esse assunto não é algo que já tenha resposta definida e que a possam dar, pois a única pessoa que sabe sua identidade/sexualidade é você mesma. Espero ter ajudado.
Olá, sou o Vinicius, suporte da Bicha da Justiça. Temos muito interesse em te ajudar em suas dúvidas. Peço a gentileza que acesse o link: https://share.hsforms.com/1ADbzJq5BRguaPHuPDflPhg36q0d e preencha o formulário para direcionarmos ao setor correto para melhor respondê-lo.
Eu ando tão confusa. Entrei numa relação virtual e ele sempre se apresentou como homem, até que mais de anos depois (onde eu tive que sair buscando feito louca por investigações até absurdas, pra poder entender o porquê de sempre adiar um encontro nosso ou algo mais real) eu descobri que ele havia nascido mulher.
Não quero ser transfóbica, mas ele parece só se identificar homem no virtual. E agora que eu já sei a verdade, vamos levar essa relação pro real, pra encontros físicos e tudo o mais. Só que ele não se assume pra mais ninguém, a não ser pra mim. Tem medo da transição e eu n ão quero pressionar, mas é dificil ser a esquizofrênica da turma. Chamar por mulher será transfobia? Chamar por homem será esquizofrênico porque é capaz dele mesmo negar. Pqp, sério, eu queria muito entender e apoiar, mas não sei nem por onde começar. Alguém conversa comigo e dá uma luz? rs
Olá Nina, entendo que seja uma situação complicada para você, mas tente ver pelo lado dele. Pessoas trans passam por um longo processo de entendimento da própria identidade. Talvez seu namorado apenas se sinta seguro com sua verdadeira identidade de gênero na internet. Se o relacionamento de vocês realmente migrar para fora do meio virtual, aconselho propor uma conversa com ele para você saber como se referir a ele. Por enquanto, continue chamando-o nos pronomes masculinos e com o nome que se apresentou.
E só um toque, não use o termo esquizofrênico nesse ou em qualquer contexto que seja usado de forma negativa. Você acaba sendo capacitista e ofendendo pessoas neurodivergentes. Nada legal!
Eu sou adolescente, me descobri um garoto trans faz 1 ano e alguns meses, uns 3 dias atrás alguns professores e a minha sala descobriu isso, eu tive uma pequena crise de ansiedade pois eu estava apresentando uma parte do meu TCA (um trabalho q vale mais da metade da minha nota, e era sobre transexualidade). Eu tive uma pequena crise de ansiedade e agora estão me olhando torto, minha professora veio falar Cmg no dia seguinte mas agora todos estão sabendo, quero evitar confusões e agora estou inseguro na escola e não sei oque fazer.
Olá, sou o Vinicius, suporte da Bicha da Justiça. Temos muito interesse em te ajudar em suas dúvidas. Peço a gentileza que acesse o link: https://share.hsforms.com/1ADbzJq5BRguaPHuPDflPhg36q0d e preencha o formulário para direcionarmos ao setor correto para melhor respondê-lo.
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[…] machista que leva o Brasil, infelizmente, à liderar o ranking de países que mais mata pessoas trans e travestis no […]
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[…] consideráveis avanços. Todavia, o caminho para a desconstrução de uma sociedade machista e transfóbica ainda é longo e árduo. Principalmente, porque vivemos atualmente um momento de tempos odiosos, […]
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