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Advocacia: 4 mitos que você ouviu no curso de Direito e acreditou

Advocacia: 4 mitos que você ouviu no curso de Direito e acreditou

13 de junho de 2022 2 Por Renata Rocha Mendes Ferreira

O curso de Direito nos preparou para seguirmos a manada. Mas o que isso significa? Simplesmente que fomos pré-moldades na faculdade de Direito para percorrermos um caminho, considerado de sucesso, que não leva em conta as nossas singularidades e o nosso propósito único na advocacia e no mercado jurídico.

Os professores e demais referências jurídicas que conhecemos ao longo da vida acadêmica e profissional têm bastante influência nas decisões que tomamos em relação à profissão. O problema é que as faculdades de Direito se transformaram em grandes máquinas que colocam pessoas em roupas que não cabem mais – ou nunca couberam… E sentimos medo de fazer diferente.

Essa manada gera a falsa percepção de que você está em segurança. Entretanto, acredite, na zona de conforto da advocacia você é só mais um! Sem passar uma borracha nas percepções equivocadas do mercado jurídico, que você aprendeu no curso de Direito, na faculdade, dificilmente vai enxergar novas oportunidades. Por isso, decidimos desconstruir alguns mitos comuns que condicionam o pleno exercício da nossa profissão. Confira:

 

Mentiras sobre a advocacia e o mercado jurídico que você acreditou no curso de Direito

1- Faça Direito na faculdade e fique rico

Mentira! Segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), atualmente há quase 1 milhão e meio de advogades inscrites. Além disso, há estimativas de que o número de estudantes de Direito seja de quase 3 milhões, sem falar nos bacharéis, ainda sem estatísticas oficiais.

Mas quantas dessas pessoas conseguem retirar da atuação jurídica sua fonte de sustento total? Pois é, poucas. A maioria delas desistem no meio do caminho e, mesmo formadas, vão atuar em outra profissão. Isso acontece porque existe um abismo entre o que pregam para nós no curso de Direito, na faculdade, e o que realmente ocorre no mercado jurídico.

“Faça faculdade de Direito e fique rico” é um mito que gera bastante frustração. Primeiramente, estabeleceram um padrão de riqueza que provavelmente não é compatível com os seus objetivos. Você já definiu o que é ser rico para você? E bem-sucedido? São conceitos relativos! Depois, é importante lembrar que, com a promessa de riqueza, devem ter te induzido a seguir uma carreira tradicional na advocacia.

Contudo, já refletiu se o trabalho que você está desenvolvendo hoje tem gerado o retorno que você deseja? Você sente realização no dia a dia e enxerga prosperidade? Não existe uma área do Direito mais próspera que a outra! Existe você estar feliz com o trabalho que desenvolve, pois é o seu propósito, e o dinheiro vir como consequência.

A prosperidade não se restringe ao financeiro, mas está ligada à valorização, somando também a transformação social e todos os outros fatores que são importantes para você. Então você precisa definir o que é riqueza para você e, aí sim, correr atrás do que deseja.

 

2- Escolha entre ganhar dinheiro ou atuar em prol das minorias

Provavelmente você já ouviu falar que Direitos Humanos são para quem gosta de defender bandido, para profissionais desqualificados, para ‘esquerdistas’… E por aí vai. Certo?

Mito puro! Os Direitos Humanos envolvem absolutamente tudo o que tem como sujeito de direitos o ser humano. Assim, praticamente tudo o que se compreende e se estuda como Direito. Como não poderia deixar de ser, direitos LGBT são Direitos Humanos também.

É perfeitamente possível ser bem remunerado pelo seu trabalho com atuação nos direitos LGBTQIA+. E é essencial que você seja, mesmo, senão não vai conseguir dedicar seu tempo e energia na construção e concretização disso.

É impressionante como querem te fazer acreditar que você precisa escolher entre um e outro. Se fosse assim, as grandes bancas dos escritórios de advocacia mais chiques não estariam criando núcleos de Direito LGBT.

Você sabia que a população LGBTQIA+ no Brasil está estimada em 30 milhões de pessoas e que 80% dos indivíduos LGBTQIA+ que já foram vítimas de preconceito deixaram de procurar seus direitos pela falta de referências de profissionais jurídicos especializados na área? Já contamos outros dados importantes sobre isso aqui.

Portanto, você pode se tornar uma referência local! Caso não tome a decisão, essa comunidade será atendida pelos grandes escritórios de advocacia, que normalmente não têm preparo suficiente para casos tão específicos e uma sociedade LGBTfóbica como a nossa.

 

3- Advocacia é menos importante que as outras profissões

Existem perfis variados de pessoas participando do nosso curso de Direito LGBTQIA+. Já falamos tudo sobre ele aqui! São estudantes, bacharéis, advogados, concursados, professores e outros.

Pessoas que estão começando agora, que têm experiência de anos em outra área jurídica, com alguma experiência em direitos humanos e até mesmo que estão perdidas e não sabem por onde começar. Mas se existe uma coisa em comum entre elas é a vontade de fazer a diferença e participar ativamente da construção dos direitos LGBTQIA+, ajudando a transformação do cenário de preconceito que essa comunidade está inserida.

Por isso, não importa em qual estágio da vida você está neste momento. Com certeza você tem condições de participar desse movimento de transformação social! Separamos alguns motivos que tornam a advocacia imprescindível para a construção dos direitos LGBTQIA+:

  • Advogados são a extensão da voz dos seus clientes no judiciário;
  • Se o advogado não bater na porta do judiciário, não existe direito;
  • Dos direitos LGBT reconhecidos, quantos vieram da lei e quantos vieram do judiciário? Quem provocou essa transformação?
  • É o advogado que promove a transformação da vida da pessoa comum que sofre preconceito na sociedade…

… Não só o advogado, mas quem trabalha com o papel de advocacy, seja no estágio, na elaboração de projetos de lei, no judiciário, na polícia, no sistema prisional ou em qualquer outro lugar. Em suma, precisamos ocupar todos os espaços para ajudar a transformar esse cenário de violação de direitos LGBTQIA+!

 

4- Você não pode fazer nada para mudar o sistema

Uma andorinha não faz verão sozinha, mas deixa sua marca. Se tem alguém que pode mudar o sistema de violação dos direitos LGBT no Brasil é, sem sombra de dúvidas, o profissional jurídico! O sistema quer realmente que você acredite que não pode fazer nada. Entretanto, definitivamente, você pode.

Esse é o melhor momento para você se especializar e começar a atuar com Direitos LGBTQIA+, justamente pela falta de referências. Você precisa se preparar? Com certeza. Mas não precisa esperar se formar e fazer mil especializações para começar a promover mudanças em um cenário tão lamentável.

Atuar com Direitos LGBT no mercado jurídico é ser especialista em resolver problemas de um grupo de pessoas. Por isso, podemos afirmar que existe muito espaço para quem deseja fazer parte dessa transformação conosco.

Que tal se tornar uma ovelha colorida do Direito também? Inscreva-se no nosso curso on-line de Direitos LGBTQIA+ aqui!

 

Além disso, precisa de mais alguma coisa relacionada ao direito LGBT? Fale conosco diretamente aqui!

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